Museus – há lugar para jovens?

Raramente visitam um museu, mas com os conteúdos certos poderiam fazê-lo com maior frequência. Uma tese de mestrado em Ciências da Comunicação revela, tomando como estudo de caso o Museu Gulbenkian, estratégias para tornar os museus “um lugar para se estar” para os jovens.

Quais são as melhores estratégias de comunicação assente em redes sociais para estimular a participação dos jovens na vida dos museus? Esta foi a pergunta de investigação que norteou a tese de mestrado de Inês Ribeirinho em Ciências da Comunicação da NOVA FCSH (2015).

A partir de um inquérito exploratório, feito a 160 jovens entre os 13 e os 25 anos, Inês Ribeirinho concluiu que há uma clara necessidade de os museus conquistarem as camadas mais jovens. Cerca de 40 por cento dos inquiridos visitam museus apenas uma vez por ano e menos de um terço vai a esses espaços de três em três meses. Apenas uma ínfima minoria (cinco por cento) visita museus mais do que uma vez por mês.

As causas da pouca frequência destes espaços são reveladoras da necessidade de uma estratégia de comunicação por parte dos museus: para além de constrangimentos económicos, cerca de 60 por cento dos jovens alegam não haver divulgação suficiente ou não terem interesse nas exposições. Vários referem que gostariam que houvesse atividades interativas.

No que respeita ao Museu Gulbenkian, objeto de estudo da tese, mais de metade destes inquiridos visitam-no menos de uma vez por ano e apenas dois por cento vão pelo menos uma vez por mês. O que os faria, então, visitá-lo com maior frequência?

A vontade de se sentirem mais integrados através de um foco no público jovem é a principal motivação, apontada por mais de metade destes inquiridos. Exposições mais interactivas e mais atrativas, responderam cerca de um terço.

“Os jovens estão totalmente presentes nas redes sociais”, afirma Inês Ribeirinho na sua tese, “e procuram experiências mais dinâmicas, interativas e diferentes da ideia comum que têm dos espaços museológicos”. Tendo estas premissas em conta, avança com quatro estratégias de comunicação para levar mais jovens ao Museu Gulbenkian e, potencialmente, a outros museus, suportadas pela divulgação nas redes sociais.

O desenvolvimento de uma aplicação que permitisse a personalização de experiências nas exposições, partilha nas redes sociais e envio de notificações seria uma forma de manter os jovens sempre a par das exposições do Museu. Eventos noturnos inseridos em exposições, como concertos ao vivo, poderiam atrair mais jovens. Os passatempos associados a bilhetes também. Por último, tendo em conta a afluência dos jovens às cafetarias do Museu, seria vantajoso integrar no menu das cafetarias uma entrada gratuita nas exposições.

Créditos da imagem: Manuel Botelho (CC).

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