O que faltou na inauguração do MAAT

A abertura do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), na zona de Belém, cativou muitos curiosos a visitá-lo em 2016. Um trabalho de projeto em Comunicação de Ciência da NOVA FCSH menciona a fraca sinalização do percurso do museu e a falta de áudio-guias em língua estrangeira na inauguração do edifício.

O Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) e o Museu da Eletricidade, lado a lado em Belém, passaram a ser dos museus mais visitados no país, segundo os dados recolhidos pela Fundação EDP em 2017. O aumento foi de 47 por cento, passando de 241 mil entradas em 2015 para 364 mil em 2016. Estes números fazem parte do Trabalho de Projeto de Helena João Gonçalves, do Mestrado em Comunicação de Ciência (2017) da NOVA FCSH. A autora inquiriu 254 visitantes daquele espaço antes e depois da inauguração do MAAT e refletiu sobre o que poderia ter sido melhorado.

A inauguração deste novo edifício, em 2016, teve uma cobertura mediática que levou diversos curiosos a visitar este espaço. Mas antes da inauguração, nas salas renovadas da Central Tejo, 109 visitantes foram inquiridos entre 17 de abril a 3 de maio. Apurou-se que a larga maioria ia em família (62 indivíduos), seguida dos que o visitavam individualmente (29 respostas). Aquele espaço já lhes era familiar (57 respostas) enquanto outros tiveram conhecimento através de colegas ou de guias turísticos.

Mas o que mudou com a inauguração do novo museu? Entre 19 de outubro e 10 de novembro de 2016, das 145 respostas que a investigadora obteve, a maioria referiu que não conhecia o novo edifício (90 respostas) mas sabia que o Museu tinha alterado o seu nome (86 inquiridos).  No entanto, a maior percentagem de visitantes era de turistas estrangeiros (65 respostas), seguidos dos nacionais (oito indivíduos).  Um ponto em comum é que as visitas em família continuaram a ser as mais frequentes, seguidas das individuais.

As respostas sobre o que poderia ter funcionado melhor na abertura do MAAT foram muito semelhantes: mais informação sobre a construção do novo edifício e sobre o atelier de arquitetura que o projetou. Outras lacunas apontadas faziam referência à falta de áudio-guias em inglês, francês, italiano e em alemão, bem como às respetivas traduções dos textos expostos.

A carência de um percurso mais sinalizado foi outro dos pontos fracos considerados por alguns visitantes. Apesar disso, os espaços estavam mais atrativos e os visitantes não se sentiram tão confusos como antes da abertura do MAAT, “comprovando uma clara melhoria da orientação e indicações mais óbvias do percurso a descobrir”, aponta a investigadora.

Com estes dados, Helena João Gonçalves propõe algumas soluções para melhorar a interação entre os visitantes e a ciência que se faz no edifício. Estas passam, entre outras, por criar módulos outdoor  nos jardins da Fundação EDP, que possam ser visitados de bicicleta enquanto são observadas as “fontes de energia e a biodiversidade”; criar uma plataforma online com acesso a tutoriais e outras ferramentas “que fariam a ponte com as zonas do Circuito da Central Elétrica, de forma a reforçar os conteúdos de ciência explicados nas visitas guiadas, workshops do Serviço Educativo”; e ainda recolher a opinião dos visitantes que possuem o Cartão Membro MAAT.

O Museu da Eletricidade, Arquitetura e Tecnologia, inaugurado a 5 de outubro de 2016, foi projectado pelo atelier de arquitetura Amanda Levete Archictects, arquitecta vencedora de um RIBA Stirling Prize. A zona envolvente foi idealizada por Vladimir Djurovic, arquiteto paisagístico.

Fotografia: Comunidade Cultura e Arte (2016)

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Ana Sofia Paiva
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