Portas de Santo Antão: o “palco não exposto da Lisboa moderna”

Enquanto a cidade se expandia para norte em finais do século XIX, de que a Avenida da Liberdade é exemplo emblemático, um velho eixo urbano tornava-se o paradigma da modernidade lisboeta. 

Entre 1890 e 1925, instalaram-se na Rua das Portas de Santo Antão alguns dos equipamentos mais importantes de Lisboa, como o Coliseu dos Recreios, o Ateneu Comercial, a sede da Sociedade de Geografia ou o Teatro Politeama. A rua tornou-se uma das mais cosmopolitas e modernas da época.

Esta é uma realidade surpreendente, dado que a expansão de Lisboa se estava a fazer para norte nessa mesma altura, desde a Avenida da Liberdade às Avenidas Novas. Manuel Villaverde, o autor deste estudo que resulta da sua tese de mestrado  “A evolução de Lisboa e a Rua das Portas de Santo Antão (1879-1926)” feita na NOVA FCSH (1997)  sobre a arquitetura e as práticas urbanas desta rua, chega mesmo a afirmar que a Rua das Portas de Santo Antão foi “o palco não exposto da Lisboa moderna” e uma “galeria” de espaços de sociabilidade das várias classes sociais.

Este velho eixo urbano era, assim, considerado um espaço central, um prologamento da Baixa; já a Avenida da Liberdade era vista como uma artéria afastada do centro. Quando se inaugurou o Cinema Tivoli na Avenida, dizia-se, nos meios empresariais, que construir uma sala deste tipo tão longe do centro era um risco.

Escrito por
Dora Santos Silva

Professora do Departamento de Ciências da Comunicação da NOVA FCSH. Coordenadora editorial do +Lisboa.

Ver todos os artigos
Escrito por Dora Santos Silva

O PROJETO

Lisboa vista pela ciência [Saiba +]

Ficha técnica e contactos

Na redes

+ Comunicaçao de Ciência na NOVA FCSH

Unidades de Investigação da NOVA FCSH

Clique aqui para aceder às 16 unidades de investigação da NOVA FCSH.