Rainhas nas ruas de Lisboa

São sete as rainhas de Portugal que dão nome a ruas de Lisboa. O popular bairro da Boavista lidera, com três.

No bairro da Boavista, na freguesia de Benfica, ficam ruas com três nomes de rainhas: Rainha Dona Brites, Rainha Dona Catarina e Rainha Dona Maria I.

Rainha Dona Brites faz referência a Beatriz de Castela (1293-1359), mulher de D. Afonso IV. Após o assassinato de Inês de Castro e a reação de fúria do infante Pedro (o futuro rei D. Pedro I) com esse ato, a rainha foi responsável pela reconciliação entre o rei e o seu filho.

Outra rua desse bairro diz respeito à mulher de D. João III, Catarina de Áustria (1507-1578), a primeira a participar em Conselhos de Estado. Além disso, a Rainha Dona Catarina foi corregente com o Cardeal Infante D. Henrique, até à maioridade do neto, o futuro rei D. Sebastião.

Maria de Bragança (1734-1816) dá nome à terceira rua. Foi a primeira mulher a governar o reino, como Rainha Dona Maria I, e responsável pela declaração de inocência da família Távora, tendo condenado Marquês de Pombal ao exílio.

No bairro da Serafina, que fica na freguesia de Campolide, encontramos a Rua Dona Maria Ana de Áustria (1683-1754). A mulher de D. João V revelava grande paixão pelas artes, pelo que fomentou a vida cultural na corte do século XVIII. Foi ainda responsável pela construção do Convento de São João Nepomuceno.

Na freguesia de Campo de Ourique, encontramos a Rua da Rainha Santa Isabel. Isabel de Aragão (1271-1336) foi uma das rainhas portuguesas mais populares pela sua generosidade. O seu milagre mais conhecido foi a transformação de pão em rosas, quando foi confrontada por D. Dinis sobre o que levava no seu regaço.

Na mesma freguesia, deparamo-nos com a Rua Maria Pia, que homenageia a mulher de D. Luís I, a rainha Maria Pia de Sabóia (1847-1911). Esta rainha ficou conhecida popularmente como Anjo da Caridade e Mãe dos Pobres. Com a proclamação da República, foi exilada em Itália, onde faleceu no ano seguinte.

Na zona norte de Lisboa, a freguesia do Lumiar tem o nome da Rainha Dona Luísa de Gusmão (1613-1666) numa das suas ruas. A Duquesa de Bragança incentivou o marido, o futuro rei D. João IV, a assumir a Coroa portuguesa, de modo a pôr fim ao domínio filipino.

Trabalho realizado por Miguel Gomes e Rita Antunes na Unidade Curricular de Produção Jornalística, lecionada por Marisa Torres da Silva, do curso de Ciências da Comunicação da NOVA FCSH. Teve como base o dossier Toponímia no Feminino publicado na revista  Faces de Eva (1999-2008), cuja fonte principal foi o Gabinete de Estudos Olisiponenses. A distribuição da toponímia por freguesias, realizada naquele dossier, foi atualizada tendo em conta a nova divisão administrativa, de 2012.

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