O gosto neorromânico caracterizou grande parte da produção deste arquiteto, responsável pela introdução deste estilo em Portugal.
Filho do cenógrafo Eduardo Machado, que decorou o Coliseu dos Recreios, Álvaro Machado (1874-1944) nasceu em Lisboa no meio artístico. Introduziu o estilo neorromânico em 1900 para o túmulo do visconde de Valmor, localizado no Cemitério do Alto de São João. Este movimento arquitetónico revivalista recupera o estilo medieval vigente entre os séculos XI e XIII, caracterizado por edificações de tijolos e pedra monocromática, arcos plenos sobre os vãos e torres poligonais nas laterais das fachadas.
Em Portugal, este estilo coincidiu com uma política de restauros das catedrais de origem românica. A partir de 1911, Álvaro Machado e António Couto trabalharam, por exemplo, no restauro da Sé de Lisboa.
Entre as suas obras, destacam-se a sede da Sociedade Nacional de Belas Artes, na Rua Barata Salgueiro, o atual Museu Rafael Bordalo Pinheiro, no Campo Grande, ou o clube Palace, na Rua das Portas de Santo Antão.
Conheça mais sobre a obra de Álvaro Machado na tese de mestrado (1997) em História da Arte, de Manuel Villaverde, na tese de mestrado (2016) em Museologia dedicada ao Museu Rafael Bordalo Pinheiro, de Margarida Teixeira, ambas da NOVA FCSH, ou no livro A Arte em Portugal no Século XIX (Bertrand Editora, 1998), de José Augusto-França, catedrático jubilado da NOVA FCSH.