Responsável por obras arquitetónicas de referência em Lisboa, como o Hotel Tivoli, a Biblioteca Nacional de Portugal ou o edifício histórico do Diário de Notícias, Pardal Monteiro elevou a cidade ao traço da modernidade.
Porfírio Pardal Monteiro (1897-1957) estudou na Escola de Belas Artes entre 1910-1919, mas foi a oportunidade de estagiar no atelier de Miguel Ventura Terra (1866-1919) que o desviou do legado clássico da arquitetura. Manuel Villaverde reconhece-lhe um lugar cimeiro “no primeiro modernismo português” na sua tese de mestrado (1997) em História da Arte da NOVA FCSH, intitulada “A evolução de Lisboa e a Rua das Portas de Santo Antão“. Raquel Henriques da Silva, docente e historiadora desta faculdade, destaca na sua tese de mestrado (1985) – “As Avenidas Novas de Lisboa, 1900-1930” a “espacialidade funcionalmente pensada” deste arquiteto.
Os seus primeiros trabalhos revelam a influência da art déco, mas o projeto para a Estação do Cais do Sodré (1925-1928) marca a viragem para o movimento moderno, onde a decoração e a arquitetura alcançam um novo equilíbrio. Aos três Prémios Valmor e uma menção honrosa que arrecadou pela projeção de moradias e palacetes, somam-se o primeiro Prémio Valmor atribuído em 1938 a um edifício não habitacional – Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, na Av. de Berna – e o Prémio Valmor de 1940 pelo edifício do Diário de Notícias.
O campus e edifícios do Instituto Superior Técnico (1927), o edifício do Instituto Nacional de Estatística (1931), a Gare Marítima de Alcântara (1934), o Laboratório de Engenharia Civil (1949) e os hotéis Tivoli (1952) e Ritz (1954) são algumas das suas obras mais emblemáticas.
O seu contributo para o modernismo arquitetónico português foi reconhecido com a atribuição do seu nome a uma rua lisboeta: Rua Pardal Monteiro, no Bairro dos Loios, em Marvila.