São seis dos mais procurados miradouros de Lisboa. Têm em comum vistas inesquecíveis sobre diferentes faces da cidade e nomes de figuras femininas, quase todas religiosas.
Em jeito de roteiro pelos miradouros da cidade no feminino, o percurso tem início no Miradouro da Penha de França, que permite contemplar do rio Tejo ao oceano atlântico e a serra de Sintra. O seu nome, também presente na freguesia, alude à Nossa Senhora da Pena, cuja imagem foi colocada numa ermida local.
Descendo para a Graça, um dos bairros mais característicos de Lisboa, descobrimos o Miradouro da Nossa Senhora do Monte, o ponto mais alto do bairro. A original capela do Monte de São Gens, que datava do século XIII, foi reconstruída após o terramoto de 1755
Ainda na Graça, existe outro miradouro com vista para o Castelo de São Jorge, a Mouraria e o rio. Ganhou em 2009 o nome e o busto de Sophia de Mello Breyner Andresen. A poetisa passou muito tempo aqui a admirar Lisboa e o Tejo, protagonistas do poema que se encontra junto ao busto.
Seguindo caminho em direção a Alfama, encontramos o Miradouro de Santa Clara. É aqui que, todas as terças e sábados, se realiza a famosa Feira da Ladra. Por se localizar junto ao convento de Santa Clara, acabou por ficar assim conhecido. Santa Clara foi uma jovem que se entregou aos cuidados de freiras e, em conjunto com a mãe e irmã, criou a ordem das Senhoras Pobres, atuais Clarissas. Daqui, pode-se observar o estuário do rio e a outra margem.
Para os que desejam uma visão ampla e única de Lisboa, aconselhamos a visita ao Miradouro de Santa Luzia. Herdou o nome por se localizar junto à Ermida de Santa Luzia. Por ter ficado muito danificada pelo terramoto que abalou a capital, viu o seu adro ser transformado num miradouro. A vista sobre os telhados e ruas de Alfama é inesquecível.
Sugerimos terminar o percurso atravessando a Baixa e subindo ao Miradouro de Santa Catarina, no popular bairro da Bica. Santa Catarina é o nome tomado por Catarina Alexandria, uma jovem que protegeu cristãos, o que acabou por a condenar à morte. A vista engloba todo o estuário do rio Tejo e a ponte 25 de Abril. Mais conhecido por miradouro do Adamastor devido à escultura que ali podemos encontrar, é um cenário perfeito para observar o pôr-do-sol de Lisboa.
Trabalho realizado por Mariana Cruz e Inês Gonçalves na Unidade Curricular de Produção Jornalística, lecionada por Marisa Torres da Silva, do curso de Ciências da Comunicação da NOVA FCSH. Teve como base o dossier Toponímia no Feminino publicado na revista Faces de Eva (1999-2008), cuja fonte principal foi o Gabinete de Estudos Olisiponenses. A distribuição da toponímia por freguesias, realizada naquele dossier, foi atualizada tendo em conta a nova divisão administrativa, de 2012.