Em 2013, existiam 12 telhados verdes em Lisboa, com um total de 52 metros quadrados. Um grupo de investigadores da NOVA FCSH e da Universidade do Porto analisou os telhados da cidade adequados a uma cobertura com vegetação, através de uma metodologia inovadora, e a estimativa a que chegou é surpreendente.
Há 4.545 telhados em Lisboa com as características adequadas para receberem coberturas verdes, concluíram neste artigo (2016) Teresa Santos e José António Tenedório, investigadores da NOVA FCSH, que trabalharam com José Alberto Gonçalves do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto na análise dos potenciais telhados verdes na cidade. Este número corresponde a cerca de dois milhões de metros quadrados de coberturas e é, segundo os investigadores, o “cenário mais conservador”. Contas feitas: poderão ser ainda mais os telhados verdes da capital.
A ausência de vegetação nos espaços urbanos é um dos fatores da subida de temperatura. A cobertura de telhados com vegetação não só contribui para mitigar o microclima dos edifícios, mas também o clima local da cidade. A diminuição da poluição atmosférica, a redução do escoamento de águas pluviais e a qualidade de vida urbana são vantagens associadas aos telhados verdes. Para os habitantes desses potenciais edifícios, significa poupança de energia, atenuação do ruído, menos uso do ar condicionado e um espaço verde disponível para brincar ou relaxar. A promoção de infraestruturas verdes é também um objetivo prioritário da União Europeia.
Para avaliar o potencial verde dos topos dos edifícios lisboetas, os investigadores utilizaram uma metodologia pioneira baseada na modulação e análise tridimensional da superfície urbana permitida por sensores LiDAR (Light Detection And Ranging). O potencial verde dos telhados foi considerado tendo em conta o número de horas de sol disponíveis e as características das coberturas dos edifícios.