Construído entre 1859 e 1866 por José Maria Eugénio de Almeida, um dos homens mais ricos da época, o Palácio Vilalva reflete as tendências da arquitetura de interiores de capitais do Norte da Europa.
Estende-se entre o Largo de São Sebastião e a Rua Marquês de Fronteira. Por trás, a Fundação Calouste Gulbenkian ergue-se no seu antigo jardim. O Palácio Vilalva, atualmente quartel-general do Governo Militar de Lisboa, é um exemplo de arquitetura de interiores comospolita, descreve neste artigo Isabel Mayer Mendonça, investigadora da NOVA FCSH.
O protagonista desta obra foi o capitalista e político José Maria Eugénio de Almeida (1811-1872) que se deslocou a Paris, Londres e Bruxelas para trazer materiais, profissionais e ideias que elevassem o palácio ao nível do seu estatuto social. O projeto arquitetónico coube ao francês Jean Colson, os relevos escultóricos da fachada pertenceram ao francês Anatone Calmels. O célebre belga Pierre-Joseph Godefroy, que Eugénio de Almeida conheceu numa das suas viagens a Bruxelas, em 1861, forneceu os parquets, janelas, portas e mobiliário; “funcionou como uma verdadeiro arquiteto de interiores”, salienta a investigadora, entre 1864 e o final das obras, em 1866.
Embora este tipo de revestimento de soalho já fosse utilizado em Portugal, a contratação de Godefroy para a execução do parquet na Sala do Despacho e na Sala dos Contadores no Palácio Nacional da Ajuda foi diretamente influenciada pelo trabalho que empreendeu no Palácio Vilalva.