Luís Dutschmann partilha no projeto “Memória para Todos” como era viver no Bairro Azul dos anos de 1940 e 1950.
“Das três ruas que constituíam o Bairro Azul, a Av. Ressano Garcia, a do meio, era larga, com prédios bonitos, passeios amplos e arborizada. Durante o período da minha infância e adolescência, manteve-se imutável como uma pequena aldeia, onde todos se conheciam, transbordando de familiaridade, amizade, compreensão e bisbilhotice.” Assim começa o registo escrito das memórias de Luís Afonso Dutschmann, lisboeta do Bairro Azul.
Médico e presidente da Associação Portuguesa de Lúpus, Luís Dutschmann, que nasceu em 1940, relembra no projeto “Memória para Todos”, desenvolvido pelo Instituto de História Contemporânea (IHC) da NOVA FCSH, as suas vivências de criança num bairro ainda marcado, na altura, pela vida rural.
“No local onde fica a Escola Marquesa de Alorna, havia uma cratera, o Poço da Morte, e mais acima chegou a haver um agradável olival que foi destruído e substituído por trincheiras para exercícios militares. No extremo noroeste encontrava-se um pequeno agregado residencial e rural, com a vacaria. Junto passava a já referida azinhaga, bordejando a quinta do Colégio Alemão (hoje, o teatro A Comuna)”, escreve Luís Dutschmann, acrescentando que era hábito ir “brincar para a rua”, dado que, sendo escassos os automóveis, “a rua e as terras constituíam um autêntico jardim infantil“.
Leia o testemunho completo de Luís Dutschmann, incluído na área “Memórias das Avenidas”, parte do projeto “Memória para Todos”.
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