Lisboa de Santa Justa na passagem para o século XVIII

Santa Justa era no final do século XVII a mais populosa freguesia de Lisboa. Dos seus limites fazia parte o coração da cidade – o Rossio.

Com base no estudo dos róis de confessados de 1693 e 1702, isto é, as listas elaboradas pelos párocos com a contagem dos habitantes maiores de sete anos que se tinham confessado pela Páscoa, e de outra documentação histórica, Delminda Rijo faz na sua tese de mestrado (2011) em História da NOVA FCSH, um retrato demográfico e urbanístico de Santa Justa na passagem para o século XVIII.

A freguesia, fundada após a tomada de Lisboa aos mouros, situava-se fora da cerca da cidade e era marcada por um extenso território rural, que incluía Campolide, Arroios, Penha de França, Graça e Mouraria, numa tentativa de agregar as pessoas que viviam no termo. À medida que Lisboa vai tendo mais habitantes, esta freguesia vai ganhando um estatuto de centro urbano, reduzindo o seu território físico ao espaço público e comercial da cidade – o Rossio.

Em 1693, viviam na freguesia de Santa Justa 5.483 fregueses em 1.551 fogos, dispersos por 54 vias implantadas sem plano. A rua mais populosa era a das Arcas (situada entre a Rua da Betesga e a Rua dos Fanqueiros) que acolhia 307 moradores em 72 fogos. A passagem para o exterior da muralha era feita através da Porta Nova, da Porta da Mouraria e da Porta de Santo Antão.

Com o terramoto de 1755, a freguesia de Santa Justa foi alvo de grandes mudanças, em particular no Rossio. Vê desaparecer o Hospital de Todos os Santos, mas ganha uma nova praça – a Praça da Figueira –, erguida sobre os terrenos dos hospitais e destinada a acolher um mercado de frutas e hortaliças.

Legenda da imagem: panorâmica do Rossio tirada do elevador de Santa Justa (entre 1890 e 1945). Fotografia de José Bárcia (Arquivo Fotográfico de Lisboa).

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