Durante o verão, demore-se nestas histórias de Lisboa

Entre o Bairro Alto e a Praça do Comércio, há marcas de criação artística estudadas por investigadores da NOVA FCSH que por vezes escapam a uma primeira vista mais apressada.

Visite sem pressa alguns dos locais que, além da atração artística e cultural evidente, escondem histórias estudadas por investigadores da NOVA FCSH. Este roteiro foi pensado em especial para jovens que gostam de deambular por esta zona histórica, mas qualquer pessoa com este espírito pode participar. Para explorar cada um dos pontos propostos, aceda aos links disponibilizados nos textos.

 

1.Miradouro de São Pedro de Alcântara (Rua de São Pedro de Alcântara)

É no Miradouro de S. Pedro de Alcântara que este roteiro se inicia. Mesmo às portas do Bairro Alto, o seu terraço oferece uma vista privilegiada sobre Lisboa, mas também tem muitas histórias para contar. Para além dos bustos de figuras mitológicas, também o painel de azulejos, executado em 1952 pelo pintor e ilustrador Fred Kradolfer, merece ser apreciado na identificação de diferenças com a paisagem que hoje daí se avista. Que local melhor para ponto de encontro antes de aproveitar a noite do Bairro Alto ou para explorar, de dia, paisagens e outras marcas desta zona.

 

2.Casa onde nasceu Henrique Lopes Mendonça (Rua Diário de Notícias, 120)

Descendo pela Rua de São Pedro de Alcântara e virando à direita na Rua do Grémio Lusitano, encontra-se na primeira transversal a Rua do Diário de Notícias. No n.º 120 – um prédio de dois andares atualmente em mau estado –  nasceu, em 1856, o escritor e dramaturgo Henrique Lopes Mendonça mais conhecido por ter escrito “A Portuguesa” para a música de Alfredo Keil, que viria a ser adoptada como hino nacional em 1910. Ao longo da vida, colaborou com várias personalidades, entre as quais o compositor Augusto Machado, e com o Diário de Notícias. A Câmara Municipal de Lisboa homenageou-o no centenário do seu nascimento, atribuindo o seu nome a uma rua de Alvalade e colocando uma lápide no prédio onde nasceu.

 

3. Jacqueline de Montaigne no Teatro do Bairro (Rua Luz Soriano, 63)

Da Rua do Diário de Notícias até ao Teatro do Bairro são poucos minutos a pé pela Travessa da Queimada e a Rua Luz Soriano.  Inaugurado em 2011, neste teatro convivem diferentes práticas artísticas: uma delas está mesmo à entrada, não deixando ninguém indiferente. Trata-se de uma intervenção de Jacqueline de Montaigne, uma referência da arte urbana internacional. O Bairro Alto é, aliás, um dos principais cenários da arte urbana, que Ricardo Campos, investigador da NOVA FCSH, associou a um dos maiores movimentos artísticos do século XX.

 

4. Rua da Bica de Duarte Belo

Continuando a descer em direção ao rio e atravessando a passadeira do Largo Calhariz surge a Rua da Bica de Duarte Belo, provavelmente uma das mais fotografadas da cidade, não só pela vista do rio, mas pelo icónico ascensor da Bica, que, de vez em quando, também é ele próprio objeto de intervenção artística.

 

5. Igreja de Nossa Senhora do Loreto e Igreja de Nossa Senhora da Encarnação (Largo do Chiado, 16 e Largo do Chiado, 15)

Estão em frente uma da outra, num dos largos mais visitados por turistas no Chiado (é conhecido informalmente como Largo das Igrejas). De costas para a Praça de Camões, ergue-se do lado esquerdo a Igreja de Nossa Senhore do Loreto, também conhecida como Igreja dos Italianos por ter sido construída no reinado de D. João V para acolher italianos que eram comerciantes em Lisboa.  Um projeto da FCSH coordenado pela investigadora Nunziatella Alessandrini, do Centro de Humanidades (CHAM), está a recolher e a analisar as marcas de água do acervo documental desta igreja, dos séculos XVI e XVII. Do lado direito, encontra-se a Igreja de Nossa Senhora da Encarnação,  totalmente destruída pelo Terramoto de 1755 e reedificada nos anos seguintes pelo arquiteto Manuel Caetano de Sousa.

 

6. Casa onde nasceu Fernando Pessoa

António Tabucchi foi desassossegado pela sua obra. Almada Negreiros pintou duas vezes o ícone deste poeta. É certo que a estátua de Fernando Pessoa está desde os anos de 1980 no emblemático café A Brasileira – o poeta modernista passou lá muito tempo – mas a casa onde nasceu está apenas a dois minutos a pé, mesmo em frente ao Teatro São Carlos.  Foi no quarto andar do imponente edifício amarelo que nasceu a 13 de junho de 1888 o poeta de múltiplas personalidades.

 

7. Teatro Nacional de S. Carlos (Rua Serpa Pinto, 9)

Inaugurado em 1793, é, atualmente, o único teatro nacional vocacionado para a produção e apresentação de ópera e de música coral e sinfónica. Sabia que nos seus primeiros 50 anos de existência, as estreias anunciadas nem sempre aconteceram? Quem o revela é David Cranmer, investigador em Ciências Musicais da NOVA FCSH.

 

8. Praça do Comércio

Descendo a Rua Serpa Pinto e virando depois à esquerda, chega-se à Rua Augusta, um dos cenários dos primeiros espetáculos de breakdanceSeguindo em direção ao rio, chega-se à Praça do Comércio, antigo Terreiro do Paço, onde se instalou, no século XVI, a corte real que por lá ficaria cerca de 250 anos, transformando esta zona no novo centro político do país.

 

Roteiro criado por Susana Sobreiro, Carolina Valadas e Ana Rita Paciência, estudantes de Ciências da Comunicação da NOVA FCSH, realizado no âmbito do estágio curricular no projeto FCSH +Lisboa em 2017-2018.

 

 

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