Quem passa pela Avenida de Berna, junto à cerca do Hospital Curry Cabral, não imagina que esse muro delimitou um convento oitocentista.
Lembra-se dos Parodiantes de Lisboa? E de Simplesmente Maria? Nos anos de 1950 a 1970, são exemplos de um modelo que marcou a programação e o quotidiano dos lisboetas, antes de dar lugar a um novo papel da rádio: o de informar e derrubar o regime.
No início dos anos de 1940, Hollywood colocou Lisboa no seu cinema. Um historiador da NOVA FCSH traça o retrato da capital que aí aparece: lugar de passagem para refugiados, palco para espionagem e paraíso seguro em tempos de guerra.
Há 4599 mulheres a residir no distrito de Lisboa que poderão ter sido submetidas a vários tipos de mutilação genital. É o valor mais alto do país, dado que Lisboa é o destino de 70% das mulheres originárias de países onde a prática é comum e aceite.
Rosto esguio, óculos redondos e bigode mínimo. Em 1954, Almada Negreiros executa O Retrato de Fernando Pessoa para o restaurante Irmãos Unidos, na Praça do Rossio, n.º 110, frequentado pelos colaboradores da célebre revista Orpheu. O quadro tornou-se o ícone de Pessoa e da modernidade em Almada.
Cenário de vários estigmas, o Casal Ventoso é retratado negativamente desde a sua origem e não apenas pelo olhar dos media atuais.
Trou de la Serrure Parto da Viola Bon ménage Fraise Avant-garde é o extenso título de um quadro de Amadeo de Souza-Cardoso. Fez parte da exposição individual na Liga Naval de Lisboa, em 1916, agora evocada pelo Museu do Chiado até 24 de fevereiro de 2017. É também o mote para Marta Soares, investigadora da NOVA FCSH e uma das curadoras da atual...
A 30 de janeiro de 1967, o Diário Popular referia na capa o êxito da minissaia entre as clientes adolescentes de uma loja emblemática na Rua da Vitória, na Baixa: a Porfírios–Contraste. Uma investigadora da NOVA FCSH analisa o impacto do vestuário na construção do género de uma faixa etária ainda mais baixa: a infantil.
O senso comum associa a lepra a histórias de segregação, confinamento forçado em leprosarias e total isolamento. Mas terá sido mesmo assim na Lisboa medieval?
É pequena em extensão – percorre-se em poucos minutos – mas gigante na diversidade. Neste roteiro, procuramos os notáveis de outros tempos. Uns permanecem. Outros são histórias em ruínas.
Aproveitando o tricentenário da morte de Luís de Camões, um grupo de comerciantes funda em 1880 o Ateneu Comercial de Lisboa para democratizar o acesso à cultura e ao ensino. Hoje, a associação luta pela sobrevivência.
É apontado como o fundador do movimento surrealista português em finais dos anos de 1940. Tudo começou no café “A Cubana”, que ocupava o prédio da Avenida da República, 37.
Os últimos anos da I Guerra Mundial e os que se seguiram viram nascer uma nova forma de estar na cidade, particularmente à noite. A Rua das Portas de Santo Antão foi o cenário escolhido.
Um homem (Eduardo Coelho) sonhou, outro (Tomás Quintino) financiou e o Diário de Notícias nasceu. Em 1864, o novo jornal instalava-se na rua do Bairro Alto que hoje leva o seu nome, mas os tempos de glória correspondem à mudança para a sede na Avenida da Liberdade.
Um longo capítulo da história do jornalismo português escreveu-se no Bairro Alto. Jornais sedeados em antigos palácios conviveram quase um século com “folhas” partidárias, instaladas em vãos de escada com escadarias decrépitas.