A diabetes é uma das principais causas de mortalidade e morbilidade em todo o mundo. Uma tese de mestrado em Gestão do Território estudou a distribuição geográfica da doença na região de Lisboa e identificou as freguesias onde urge implementar programas de prevenção e controlo.
Em Portugal, a diabetes matou 12 pessoas por dia só em 2015 e estima-se que atinja mais de um milhão de portugueses entre os 20 e os 79 anos de idade, segundo o Observatório Nacional da Diabetes. Em 2030, a Organização Mundial de Saúde prevê que seja a sétima causa de morte em todo o mundo. A diabetes mellitus tipo 2, que ocorre quando o organismo produz insulina, mas esta não consegue ser utilizada de forma adequada pelas células do corpo, representa 90 a 95 por cento da doença em todo o mundo.
Compreender a complexidade geográfica de uma doença permite identificar áreas de maior prevalência e implementar programas de prevenção e controlo mais eficazes. Foi isso que Ana Marta Pereira fez na sua tese de mestrado em Gestão do Território (2014) em relação à prevalência da diabetes mellitus tipo 2 na região de Lisboa, a partir de uma amostra de 205.068 pessoas.
Embora exista em geral uma heterogeneidade geográfica, a análise exploratória de dados espaciais permitiu identificar padrões que confirmam que nas áreas rurais há uma maior prevalência da diabetes do que nas áreas urbanas da região de Lisboa: o valor máximo ocorre numa freguesia do Entroncamento e o mais baixo em Vialonga, Vila Franca de Xira. A tendência de valores mais elevados nas áreas rurais verifica-se também em relação a doenças relacionadas com a diabetes, como a obesidade, a hipertensão e dislipidemia.
A investigação permitiu identificar um cluster de cinco freguesias que poderão necessitar de programas de prevenção e controlo da diabetes com maior urgência: Amora e Arrentela, no concelho do Seixal; Concavada, no concelho de Abrantes; Póvoa de Santarém, em Santarém; e Samouco, no concelho de Alcochete.