No centro de Lisboa, entre a estação ferroviária de Entrecampos e as traseiras da praça de touros do Campo Pequeno, há uma horta que, além de legumes, cultiva arte.
A Horta do Baldio nasceu de uma programação artística denominada Mais pra Menos do que pra Mais, impulsionada em 2013 por Vera Mantero, coreógrafa e bailarina, em colaboração com a Culturgest e o Teatro Maria Matos. Envolveu a criação de quatro hortas (e uma temporária), que não só se destinaram ao cultivo de plantas como também acolheram performances artísticas, workshops e outros eventos.
Cláudia Madeira, do Departamento de Ciências da Comunicação da NOVA FCSH, assume-se como “uma das participantes e guardiãs da Horta do Baldio”. Problematiza o papel da arte e da cultura no desenvolvimento sustentável de uma cidade, tendo como referência este projecto, no capítulo “Art programming as a test laboratory for social questions – the case of Horta do Baldio, a vegetable garden for agri+culture”, que integra o livro “Redefining Art Worlds in Late Modernity”, editado por Paula Guerra e Pedro Costa (editora Universidade do Porto, 2016).
Além da investigação, Cláudia Madeira partiu para a ação. Com a colaboração de alunos de Programação Cultural, do curso de Ciências da Comunicação da Faculdade, promoveu na Horta do Baldio o dispositivo experimental e de participação coletiva “Estendal”. Na inauguração, em junho de 2016, desenvolveu-se uma performance-exposição em lençóis onde se iniciou a divulgação de processos artísticos e de investigação sobre a ecologia das cidades.
Legenda da imagem: preparação da performance “Estendal”na Horta do Baldio. Créditos: Rita Silva.