Há poucas mulheres em nomes de avenidas de Lisboa

Sabia que, das 150 avenidas de Lisboa que existiam em 2007, apenas seis tinham nomes de mulheres e que metade fica na freguesia do Lumiar? Conheça as mulheres cujos nomes dão nome a avenidas de Lisboa.

A primeira mulher a ter o seu nome numa avenida da capital foi Marie Curie (1867-1934). Ainda em vida, a freguesia de São Domingos de Benfica homenageou, em 1932, esta física polaca que venceu dois prémios Nobel, com o nome de Madame Curie. A avenida fica perto da Praça de Espanha.

Dezassete anos mais tarde, no início da construção do bairro de Alvalade, a então freguesia de São João de Brito, agora integrada na freguesia de Alvalade, atribuiu uma avenida a Santa Joana Princesa (1452-1490). A filha de D. Afonso V dedicou a sua vida à causa religiosa.

Cega e surda desde os dezanove meses, Helen Keller (1880-1968) dá o seu nome a uma avenida na freguesia da Ajuda, junto a Monsanto. Professora doutorada pelas Universidades de Harvard e Glasgow, fundou em Lisboa um centro infantil com o seu nome, para profilaxia da cegueira infantil.

O Lumiar é, segundo o levantamento por freguesias da revista Faces de Eva, a freguesia com mais topónimos femininos, e três deles são avenidas.  Ou seja, metade das avenidas com nomes de figuras femininas situa-se nessa freguesia.

Em 1966, a Rainha D. Leonor (1458-1525) e a Rainha D. Amélia (1845-1943) foram homenageadas com os seus nomes em duas avenidas do Lumiar. A primeira fundou o hospital das Caldas, entre Lisboa e Leiria.  Em sua memória, a cidade passou a chamar-se ficou “Caldas da Rainha”. D. Amélia, esposa de D. Carlos I e última rainha de Portugal, dedicou a sua vida à luta contra a tuberculose e fundou o Museu dos Coches.

Em 1992, esta freguesia dedicou à pintora internacionalmente reconhecida Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992) a última avenida no feminino. Fica numa das suas zonas de expansão mais recentes, a Quinta do Lambert.

Será que desde 2007 há novas avenidas em Lisboa com nomes de mulheres?

Fotografia: Marie Curie.

Trabalho realizado por Serenela Andrade e Maria Beatriz Viana na Unidade Curricular de Produção Jornalística, lecionada por Marisa Torres da Silva, do curso de Ciências da Comunicação da NOVA FCSH. Teve como base o dossier Toponímia no Feminino publicado na revista  Faces de Eva (1999-2008), cuja fonte principal foi o Gabinete de Estudos Olisiponenses. A distribuição da toponímia por freguesias, realizada naquele dossier, foi atualizada tendo em conta a nova divisão administrativa, de 2012.

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