O Teatro Politeama foi uma das últimas atrações a ocupar a Rua das Portas de Santo Antão que, no início do século XX, era uma das artérias mais movimentadas, equipadas e multifacetadas de Lisboa.
Em 1911, quando o arquiteto Ventura Terra traça os primeiros desenhos para o Teatro Politeama, já a Rua das Portas de Santo Antão era palco de forte dinâmica cultural, social e económica. Nela já tinham sido inaugurados edifícios emblemáticos, como o Coliseu, em 1890, o Ateneu Comercial de Lisboa, em 1895, e a Sociedade de Geografia, em 1897, como descreve Manuel Villaverde na tese de mestrado em História Contemporânea na NOVA FCSH (1997), intitulada “A Evolução de Lisboa e a Rua das Portas de Santo Antão (1879-1926)” e resumida neste artigo (2006).
O Politeama é inaugurado a 6 de dezembro de 1913, com a opereta Valsa de Amor, num edifício de clara inspiração francesa, com o seu grande janelão de ferro e vidro, ao estilo dos teatros de boulevard. Por cima deste, o dístico “Theatro de Variedades” era enquadrado em grinaldas Luís XVI, com estrelas de cinco pontas nas extremidades. Era ladeado por dois letreiros menores – “Música” e “O Rir” (alterado depois para “Comédia”) – que transmitiam explicitamente ao público o objetivo do espaço: polivalente e destinado a um público sem grandes pretensões.
O Teatro Politeama, dirigido atualmente pelo encenador Filipe La Féria, continua em atividade.
Legenda da imagem: fachada do Teatro Politeama em 1913. Fotografia de Joshua Benoliel (Arquivo Fotográfico de Lisboa).