Sabia que as lucernas, antigas lâmpadas romanas recuperadas em intervenções arqueológicas em Lisboa, escondem muitas histórias sobre a cidade desse tempo?
Hoje, é impossível viver sem iluminação. As sociedades romanas não fugiram a esta regra: esta necessidade fomentou a produção de suportes cerâmicos de iluminação, conhecidos como lucernas, cujo estudo revela a dinâmica urbana das cidades romanas. Foi o que fez Vasco Noronha Vieira, na sua tese de mestrado (2011) em Arqueologia na NOVA FCSH.
O investigador analisou 342 fragmentos de lucernas romanas recuperadas na Praça da Figueira, provenientes das intervenções arqueológicas que decorreram em 1962 e entre 1999 e 2001. Produzidas entre os séculos I e III d.C, sobretudo a partir de modelos importados do Norte de África, as lucernas permitem perceber, por exemplo, a dinâmica comercial de Olisipo como cidade portuária e centro de redistribuição de lucernas para a Lusitânia.
As lucernas eram usadas como objetos de divulgação da cultura e mitologia greco-romana pelo território, dada a predominância de cenas mitológicas na decoração.
Sabia que…
- as lucernas em cerâmica eram criadas com a função de iluminar espaços domésticos, públicos e funerários?
- a sua chama era produzida pela combustão de um pavio embebido num líquido oleoso?
- “lucerna” deriva do grego lychnus que corresponde a qualquer utensílio para iluminação com combustível líquido?
Legenda da imagem: lucerna do século III d.C, proveniente da Praça da Figueira (necrópole romana). Créditos: Museu de Lisboa.