Nascida dos planos de extensão da cidade de Frederico Ressano Garcia na transição para o século XX, a Avenida da República foi o eixo central do nascimento e crescimento das Avenidas Novas.
Teve o nome Avenida Picoas até 1897 e de Avenida Ressano Garcia até à Implantação da República, em homenagem ao engenheiro lisboeta responsável pela expansão urbana de Lisboa. Inaugurada em 1904, estende-se desde a Praça do Saldanha até ao Campo Grande, da qual fluem as restantes Avenidas Novas.
Houve nesta avenida uma preocupação em diferenciar a arquitetura e experimentar, pela primeira vez, elementos arquitectónicos, inspirados na Arte Nova ou na Art Déco, que a destacam das outras Avenidas Novas. Acolhe, por isso, um significativo número de edifícios de luxo, entre os quais vários Prémios Valmor, projetados por Norte Júnior, Ventura Terra e Álvaro Machado.
Em 1910, a avenida estava edificada em 50%, com cerca de 60 edifícios destinados a habitação, conta Raquel Henriques da Silva, docente e investigadora da NOVA FCSH na sua tese de mestrado (1985) “Avenidas Novas: 1910-1930”. Entre 1911 e 1920, o gosto pela ostentação continuou na edificação da Avenida, cujo exemplo paradigmático é o n.º 15 em 1919, inspirado na Arte Nova, onde se instalou quatro anos depois a Pastelaria Versailles. Em 1934, quando se construiu o último quarteirão, a Avenida da República já se tornara uma zona privilegiada e marca social da classe alta.