Construir uma cidade a Metro – Parte VI

O Metropolitano de Lisboa recebeu o título de Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique, em 1996. A Linha Vermelha, conhecida como a linha do Oriente, seria inaugurada um dia antes da abertura da Expo 98. Lisboa estava no seu melhor na década de 1990.

De Capital Europeia da Cultura em 1994 a anfitriã da Expo 98, Lisboa ganhou uma nova cara e uma nova forma de viver a cidade. O Metropolitano não ficou indiferente a esta vaga de cultura e remodelou a maior parte das estações, com pinturas e intervenções plásticas. Entre outros, Júlio Pomar (estação do Alto dos Moinhos), Sá Nogueira (estação das Laranjeiras), Manuel Cargaleiro (Colégio Militar/Luz), Martins Correia (estação de Picoas), na estação do Campo Pequeno a intervenção do escultor Francisco Simões.

A empresa, depois de nacionalizada em 1975, tornara-se uma empresa pública, em 1978. A rede do metropolitano tinha vindo a ser alargada e decorada a rigor.

Mais: O metropolitano inaugurou a 19 de março, na véspera da Expo 98, a Linha do Oriente (a  Linha Vermelha). Seria a “primeira linha totalmente independente construída após a inauguração do metropolitano” em 1959, escreve Maria Fernanda Rollo, investigadora no Instituto de História Contemporânea (IHC) da NOVA FCSH, no livro “Um metro e uma cidade” (ed. Metropolitano de Lisboa, E.P., 1999).

Esta linha, agora expandida até à estação do Aeroporto, tinha uma extensão de seis quilómetros. A partir da Alameda, englobava as estações de Olaias, Bela Vista, Chelas, Olivais, Cabo Ruivo e Oriente, e estava integrada na Gare intermodal de Lisboa (GIL). “Por tudo, 1998 revelou-se um ano importante para o Metropolitano de Lisboa, que conseguiu cumprir metas sonhadas e desejadas e pelas quais toda a sua comunidade de trabalho se bateu longa e denodadamente, conseguindo, finalmente, ultrapassar escolhos que resistiram dezenas de anos”, afirma a investigadora.

A palmilhar até 1998, importantes acontecimentos marcaram a História do metro: quatro anos antes, a empresa aproveitou a boleia de Lisboa como Capital Europeia da Cultura, em 1994, e inaugurou não só o Museu da Música, protocolo celebrado com o Instituto Português da Música, como o Auditório do Metropolitano de Lisboa na estação do Alto dos Moinhos. Um espaço musical dentro do próprio metro. A cultura estava na ordem do dia.

O ano a seguir, 1995, tornou-se importante para a expansão do metro. O nó da estação da Rotunda (hoje Marquês de Pombal) é desconectado, importante para o avanço do alargamento da rede do metropolitano. A nova estação, com os trabalhos esculturais de João Cutileiro, foi aberta ao público a 15 de julho desse ano e passou a ligar a Linha Amarela à Linha Azul, momento importante para os transportes urbanos: “Trata-se, de facto, de uma grande obra de engenharia desenvolvida numa das mais cruciais plataformas de tráfego da cidade”.

Em 1996, o Metropolitano de Lisboa recebeu o título de Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique (24 de julho), pelo Presidente da República à época, Jorge Sampaio. Um marco importante para a empresa que, um ano depois, abre a ligação entre Rossio/Baixa Chiado e Restauradores/Baixa Chiado. A inauguração da estação do Cais do Sodré e a ligação com a Baixa Chiado constituíram um importante marco, devido à ligação intermodal que  permite com outros transportes. A estação da Baixa-Chiado passa, assim, a ser uma estação dupla, que intersecta as linhas Verde e Azul.

O Metropolitano de Lisboa, o primeiro a ser construído no país, tornou-se indispensável a habitantes e turistas. Ao longo dos anos, este meio de transporte tem vindo a alargar a rede, nomeadamente para estações mais limítrofes, como são exemplo as estações da Amadora Este, Aeroporto, Telheiras e Odivelas. Nos próximos anos, segundo avançou o Diário de Notícias, prevê-se a abertura de mais duas estações: Santos e Estrela, a ligar o Cais do Sodré ao Rato.

Fotografia: Estação de metro de Olaias. Créditos: empresa Zagope.

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Ana Sofia Paiva
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