Jacques Le Goff afirmou que a cidade como a conhecemos nasceu na Idade Média. Conheça os três momentos mais importantes do crescimento da Lisboa medieval.
A cidade medieval não rompeu com os modelos de arquitetura e urbanismo da Antiguidade grega e romana; foi, aliás, com base neles que muitas cidades se ergueram na Idade Média. José Custódio Vieira da Silva, do Departamento de História da NOVA FCSH, traça neste artigo os três momentos mais importantes da expansão urbanística da Lisboa medieval.
O primeiro momento de intervenção tem início no século XIII, no reinado de D. Dinis, com a abertura da Rua Nova, paralela ao rio Tejo e seguindo a direção poente. As bases navais e os estaleiros foram construídos junto à Escarpa de São Francisco. A muralha da zona da Ribeira começou também com D. Dinis e seria concluída com D. Fernando, em finais do século XIV.
O segundo momento inicia-se com D. João I. É marcado pela abertura da Rua Nova d’el Rei, perpendicular ao rio Tejo, e por um espaço emblemático – o Rossio. A Ribeira foi ganhando mais destaque como pólo dinamizador da cidade e organizador do tráfico ultramarino.
O terceiro momento surge por volta do século XVI, por iniciativa de D. Manuel I. O centro de Lisboa junto ao rio afirma-se com a instalação da corte real no Paço da Ribeira – palácio real e residência oficial dos reis portugueses durante 250 anos – substituindo o Paço da Alcáçova, no Castelo de São Jorge. O novo centro político seria agora o Terreiro do Paço, como complemento ao Rossio e lugar de encontro da urbe lisboeta.
Legenda da imagem: Lisboa em 1572.